quinta-feira, 30 de maio de 2013

Marx e os mecanismos de dominação implícitos ao Capital


Karl Marx, intelectual alemão do século XIX, foi na contramão de pensadores como Locke e Stuart Mill e discutiu a questão da necessidade ou não de um estado. Enquanto estes defendiam a manutenção da ordem de um regime liberal, Marx, principal autor do pensamento radical, acreditava, tal como Rousseau, que “a origem de todos os males é a criação da propriedade privada”. Testemunha do auge da revolução industrial, percebeu que o capitalismo necessita de mecanismos de dominação para o seu funcionamento.
 Uma questão sempre muito explorada por Marx foi a de existir lucro em uma transação simples. O filósofo não conseguia entender como era possível uma das partes sair ganhando, já que o que era comercializado deveria ter o mesmo valor. Foi então que Marx percebeu que isso só era possível mediante a existência de um “equivalente geral”, por exemplo, o sal, que foi o primeiro deles e deu origem à palavra salário. Depois desse tivemos outros, tal como o ouro e o dinheiro.
 Como resposta à questão proposta, tem-se que havia exploração do patrão ao funcionário desde o início da sociedade burguesa. O dono dos meios de produção criou uma divisão de tarefas dentro do seu estabelecimento comercial, onde cabe a cada trabalhador realizar uma etapa da produção da mercadoria. Com essa divisão, cria-se uma especialização do mesmo em sua respectiva função, acelerando, assim, a elaboração do produto. Entretanto ela também aliena os trabalhadores quanto à noção do valor do seu esforço durante o tempo trabalhado.
 Essa falta de noção em relação ao que seu próprio corpo produz durante as horas de trabalho gera a “mais valia”, também conhecida como “sobretrabalho”. Tendo como exemplo um proletário que trabalha 8 horas em uma fábrica de tecido, produzindo em média 10 metros de tecido por hora, mas que no momento de receber o seu salário, ganha o valor equivalente a 2 metros, os 8 metros restantes geram lucro ao proprietário. Esse trabalhador é alienado de si mesmo, ou seja, não consegue mensurar o valor do seu trabalho e acaba, dessa maneira, sendo explorado.
 Com a mecanização cada vez mais avançada das fábricas, a mão-de-obra foi substituída, gerando um “exército de reserva” que submete o trabalhador a aceitar qualquer condição, por mais abusiva que seja. O que acabou ocorrendo por conta disso, após a revolução industrial, foi a criação da “Lei do Salário Máximo” com o objetivo de controlar os proletários, impedindo-os de ter uma participação mais justa no lucro das empresas.
 Outra forma, mais atual, de dominação citada por Marx é o “fetiche da mercadoria”, onde é criada uma necessidade de compra nos consumidores, a fim de aumentar a venda de determinado produto através  de propagandas publicitárias, aproveitando o fato de o “valor de uso” ser subjetivo e pessoal. A pessoa que compra é seduzida por um discurso manipulador.

3 comentários:

  1. Acho que o grupo abordou de uma forma sucinta, porém direta as principais ideias de Marx. O autor realmente comenta sobre uma alienação dos trabalhadores sobre o seu próprio corpo. Também analisa como é possível o lucro se na troca simples o preço de uma mercadoria é estipulada por outra. Contudo, não á existência de um "equivalente geral" que faz existir o lucro. Na verdade, ele surge a partir da divisão do trabalho, na qual o trabalhador produz além do valor do seu salário e o dono dos meios de produção fica com o restante do dinheiro.
    Marx aponta que não faz sentido uns serem os donos, burgueses, e outros não. O capitalismo cria a longevidade desigualdade social.
    Acho que o grupo deixou de abordar as formas que apontam o fim desse sistema, que são: a lógica matemática, a revolução armada e a consciência de classe. Sendo que, atualmente, a mais provável de acontecer é a primeira.
    Mesmo faltando alguns aspectos que acho importante para analisar os mecanismos de dominação implícitos ao Capital, o grupo realmente conseguiu passar a essência do pensamento Marxista.

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  2. André Neves Sampaio
    O grupo analisou as ideias de Marx de forma objetiva e superficial,ao eu ver quando se fala de Karl Marx é necessário cita o livro "O manifesto Comunista" onde Marx propõe uma sociedade onde todos teriam as mesmas oportunidades, não haveria um "estado" para tomar as decisões para a sociedade, não existiria desigualdade social, exploração, todos seriam subordinados as mesmas condições, uma política contrária da capitalista.
    Achei legal o grupo se aprofundar na relação do proletário com o proletariado e as explorações feitas no trabalho, pois isso acontece nos dias de hoje de uma forma covarde e usurpadora.

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  3. O texto está claro e explica de maneira simples e acessível alguns dos conceitos elaborados por Marx. Acrescento que a alienação do trabalhador não somente está ligada a sua não capacidade de mensurar o valor de seu trabalho, como também está alienado da produção como um todo; o artesão que produzia uma cadeira tinha dominação e consciência do que se estava produzindo, um operário que participa de uma gigante linha de montagem não domina o produto final. Além disso, ele não tem acesso aquilo que produz, um pedreiro constrói um prédio mas não tem dinheiro para morar nele.

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