quinta-feira, 2 de maio de 2013

Hobbes, Locke e Rousseau: filósofos que nunca morrerão




Durante os séculos XVII e XVIII os pensadores Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jaques Rousseau, dedicados a entender o homem e a sociedade na qual ele vivia, divergiram em alguns pontos em suas reflexões. Porém todos foram essenciais para explicarem o contexto politico e social cujos homens estavam inseridos.
Hobbes autor de “O Leviatã”, obra em que afirma que “o homem é o lobo do homem”, fica claro que, em estado de natureza, o perigo ao homem é o próprio homem. Tal conceito é origem a toda sua teoria, pois o leva a atribuir sempre todo o poder ao soberano. 
Sobre o estado de natureza, Hobbes afirma: “Em estado de natureza o homem tem uma liberdade irrestrita e o homem é opaco”, ou seja, pelo fato de sua não transparência, não é possível determinar sua conduta. Com isso os homens viveriam em guerra uns contra os outros, pois no momento em que um desconfia do outro uma guerra pode ser ocasionada. Tendo isso em vista, surge a figura do soberano estabelecendo um “contrato” que garante o direito a vida e protege contra uma possível guerra. Sendo esse soberano a figura máxima de poder, todos os direitos naturais são a ele transferidos, e ele não pode ser cobrado desde que garanta a vida dos cidadãos. O surgimento do soberano é o inicio da sociedade política, segundo Hobbes.
Locke, aquele que defende o conceito de “Tabula Rasa”, ou seja, o homem nasce sem conhecimento, como uma folha em branco, e por isso sua condição social só depende dele e não da falta de oportunidades, contradiz Hobbes. Para o sociólogo, que segue ideologia liberalista, o convívio dos homens seguiria um padrão diferente, onde cada um vive apenas para garantir sua própria existência e integridade. Locke também acredita que no estado de natureza as pessoas eram submetidas às leis naturais. Para garantir a liberdade neste estado os homens detinham de poder civil para punir aqueles que infringissem essas leis e, além disso, tinham o direito de fazer tudo aquilo que necessitassem para garantir o seu bem estar bem como da sociedade. 
Rousseau, por sua vez, entende a natureza como sendo o estado primitivo. Sociedade essa que regra o comportamento do homem, e o faz ignorar suas necessidades naturais. O estado natural do homem é aquele em que ele vive como selvagem, no entanto, agrupa-se aos outros para, juntos, garantirem sua sobrevivência. A partir desse ponto começa a estruturação social. Seu pensamento sobre o “contrato” defende que o homem, abdicando de sua liberdade natural ao mesmo tempo em que ganha liberdade civil, deve se comprometer para que haja igualdade entre todos garantindo o bem comum. 
Sobre a estrutura da sociedade civil, Hobbes tem a opinião que o soberano deve deter os três poderes, independente da forma de governo adotada (aristocracia, monarquia ou democracia). Pois, no momento em que o soberano detém do poder supremo, este tem maior eficácia. Apesar de Locke também acreditar que o homem deve entregar seus direitos, defende que o poder não deve ser mantido apenas na mão do soberano. Afirma que deve haver divisão entre poder Legislativo e Executivo para maior eficiência. 
Divergindo totalmente de John Locke, Rousseau acredita que a sociedade civil surgiu quando o primeiro homem tomou posse de um local dizendo ser seu e iniciando com todos os males. Para ele, o direito a propriedade privada não faz parte do estado natural e acredita que os homens tinham tudo quando viviam em sociedade sem a materialização, ou seja, sem a propriedade privada. A privatização de terras, não sendo suficiente para atender a todos, faz que com a parte detentora desse poder explore àqueles que ficam sem terra. Esses têm apenas a sua força de trabalho para sobreviver. 
Hobbes defende que o poder de distribuir terras aos homens é do soberano. Já Locke defende que a força de trabalho de cada um é que garante seu direito a propriedade privada, portanto se ele trabalhou no local, esse local é de sua posse. 
Apesar de algumas ideias fugirem totalmente da realidade que vivemos hoje, as reflexões que eles nos trazem nunca cairão em desuso, pois nos ajudam a entender a estrutura social e política da qual fazemos parte. Sendo assim, seus nomes nunca serão esquecidos.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom texto que consegue explicar as ideias de Hobbes, Locke e Rousseau de um modo fácil de ser compreendido. Acho importante as comparações feitas pelo grupo entre os pensadores, mas penso que deveria existir mais comparações. Apesar da objeção achei o texto claro e bem formulado.
    Aluno: Eduardo Braga- jornalismo noturno

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  3. O grupo conseguiu explicar muito bem as ideias dos três pensadores. O conteúdo, que era bem complexo foi interpretado e transcrito de forma objetiva e clara, com isso, o entendimento das ideias e diferenças de Hobbes, Lock e Rousseau ficaram bem evidentes. Outro ponto ponto interessante foi a conclusão, pois o grupo explicou que por mais ultrapassado que sejam os textos dos autores, eles ainda são bem atuais quando se trata em entender como chegamos na sociedade atual

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  4. O texto possibilita uma boa apuração teórica do pensamento de cada autor, porém senti a ausência de comparações mais aprofundadas entre os três contratualistas. Não foi citado, por exemplo,que Rousseau, na contramão de Locke, acreditava que todos devem abrir mão de seus direitos para a vida em comunidade, e que, diferentemente de Hobbes, o governo deve submeter-se ao povo.

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